sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Salve Rainha Canção Nova

Salve Rainha

Canção Nova

Salve Rainha mãe de Deus,
És Senhora nossa mãe, nossa doçura,
Nossa luz, doce Virgem Maria.
Nós a ti clamamos, filhos exilados,
Nós a ti voltamos nosso olhar confiante.
Volta para nós, oh mãe,
Teu semblante de amor.
Dá-nos teu Jesus, oh mãe,
quando a noite passar.
Salve Rainha mãe de Deus,
És auxilio dos cristãos,
Oh mãe clemente, mãe piedosa,
Doce Virgem Maria.

Maria: minha Mãe Nos dias de sábado, a lembrança é mais forte...

Todos os dias penso na Virgem Maria, e em minha mãe que por sinal também se chama Maria. Mas é nos dias de sábado que a lembrança é mais forte. Se fecho os olhos por um instante, transporto-me para o Sitio Maravilhas onde nasci. Aquelas tardes ensolaradas de sábado eram realmente maravilhosas! Tinha ternura e gosto de espera no ar. Antes do pôr do sol, o papai chegaria da feira e trazia coisas gostosas, além de notícias de nossos parentes e, às vezes, até um presentinho... Ele sempre trazia algo bom, mas independente disso, sua presença já era tudo!

E Maria Santíssima? Ela estava em tudo!
A mamãe todos os sábados rezava, na sala de estar, o Oficio da Imaculada Conceição e nos ensinava que naquele dia o Céu estava em festa, pois o sábado era dedicado à Virgem Maria.

Era um dia diferente também para nós. Eu e meus irmãos, mesmo sem entendermos quase nada, ficávamos ao lado da mamãe tentando acompanhar aquela oração tão linda. Lembro-me que às vezes ela até cantava o Oficio. Eu achava maravilhoso, me fazia muito bem!

Ela aprendeu com Maria o jeito simples de nos querer bem e de nos fazer felizes a partir das coisas ordinárias da vida. Traz naturalmente várias virtudes semelhantes às de Maria Santíssima. Nada mais animador do que ouvir sua doce voz a nos dizer: “Acho que o papai já está chegando. Vamos encontrá-lo?”

Às vezes ela sabia que ele ainda iria demorar, mas sabia também que seu incentivo nos alegrava e nos fazia esquecer que um minuto só tem sessenta segundos. Éramos reanimados na espera a cada aparência de desânimo.

Acredito que a Virgem Maria, também ensinava seu Divino Filho a esperar. Saber esperar é uma grande virtude! No que percebo, algo muito original de mãe, e que torna as mulheres vocacionadas à maternidade semelhantes é a grande capacidade que cada uma tem de amar.

Parabéns, mãe, pelo dom que Deus depositou em você!
Todos os dias são seus... Felicidades!

Rosário, potente arma para a conversão

Precisamos ler os sinais que Deus nos dá. Na Canção Nova procurarmos estar sempre atentos a eles. Começar um Congresso latino-americano, celebrando a memória da Virgem Maria é um grande sinal para nós. O Senhor está convocando o povo latino-americano para assumir a espiritualidade mariana, como membros desse povo que nasceu nesse pedaço de terra e traz a marca da colonização católica.

Precisamos trazer Nossa Senhora, cada vez mais, para o combate que enfrentamos. Precisamos ser marianos, devotos, amigos da Virgem Maria. Temos de colocá-la na nossa vida, na nossa história, na nossa família.

Existe um combate direto contra a espiritualidade católica, principalmente contra a espiritualidade mariana, mas, às vezes, recuamos, nos envergonhamos de ser devotos de Maria.

Meus irmãos, hoje vivemos numa guerra fria, mas essa guerra é espiritual. No entanto, não temos consciência do que está acontecendo. Existe uma busca intensa no coração da humanidade, mas ela não tem buscado Jesus Cristo. Precisamos entender que estamos vivendo uma batalha espiritual contínua. Entender que essa guerra parte do início, quando Deus exorta Adão e Eva e diz: “Porei inimizade entre ti, mulher, e a serpente”. E nós estamos nessa guerra por causa da queda de Adão e Eva, por causa do pecado original.

Quanto mais se aproximar a vinda gloriosa de Jesus, mais intensa vai ficar essa guerra. O diabo sabe que lhe resta pouco tempo, e vai tentar fazer com que abandonemos a nossa fé. Esse combate vai se intensificar, temos de ter essa consciência para que não sejamos pegos desprevenidos.O Rosário é uma potente arma para a conversão. Primeiramente, a sua; depois das outras pessoas.

“Peço-Lhe, Senhor, a graça da consciência profunda dessa guerra espirital que estamos enfrentando e que não deixemos de usar essa arma poderosa, que é o rosário. Quero, hoje, converter-me e tomar a decisão de colocar o rosário como prática de vida espiritual de todos os dias, pois sei que, com esta arma, vou vencer”.

Levem a Virgem Maria para a casa de vocês e recitem a oração do rosário todos os dias, porque ele é a arma mais eficaz nesta guerra. Não permita que a mentalidade protestante entre na sua cabeça e o afaste de Nossa Senhora. Vá conhecer sua fé, leia o Catecismo da Igreja Católica (CIC). Hoje, temos acesso ao conhecimento, à informação e precisamos aprender a ser devotos da Virgem Maria.

Quero pedir a intercessão da Virgem Maria para que experimentemos, na América-latina, um novo Pentecostes, que nos unamos a ela como ela estava unida com os apóstolos no cenáculo. “Vem Espírito Santo trazer o reavivamento espiritual para o povo latino-americano. Venha fazer encarnar em mim a Palavra de salvação. Espirito Santo, venha em meu socorro e me leve ao coração imaculado de Maria. Quero estar com ela em contínua oração e assumir essa oração como instrumento de salvação”.

Bento XVI fala sobre a Virgem Maria e sua viagem a Portugal

Na oração mariana do Regina Coeli (oração que substitui o Ângelus no período pascal) deste domingo, 9, o Papa Bento XVI destacou a figura da Virgem Maria e a viagem que fará a Portugal nesta terça-feira, 11. O Papa explicou porque a Igreja dedica o mês de maio a Nossa Senhora. 
"No hemisfério norte, a primavera avança com muitos e coloridos florir; o clima favorece passeios e excursões. Para a Liturgia, maio pertence sempre ao Tempo da Páscoa, o tempo do 'aleluia', do revelar-se o mistério de Cristo na luz da Ressurreição e da fé pascal". Nesses dois contextos, o "natural" e o litúrgico, se insere bem a tradição da Igreja de dedicar o mês de maio à Virgem Maria, explicou o pontífice. Ela, de fato, é a flor mais bela que desabrochou da criação, a "rosa" que apareceu na plenitude do tempo, quando Deus, mandando seu Filho, doou ao mundo uma nova primavera. Maria é, ao mesmo tempo, protagonista, humilde e discreta, dos primeiros passos da comunidade cristã: Ela é o seu coração espiritual, porque a sua presença em meio aos discípulos é memória viva do Senhor Jesus e penhor do dom do seu Espírito.
Para Bento XVI, o Evangelho deste domingo, extraído do capítulo 14 de São João, oferece um implícito retrato espiritual da Virgem Maria, lá onde Jesus diz: "Se alguém me ama, guardará minha palavra e o meu Pai o amará e a ele viremos e nele estabeleceremos morada" (Jo 14,23).
Essas expressões, afirmou, são dirigidas aos discípulos, mas podem ser aplicadas em máximo grau justamente Àquela que é a primeira e perfeita discípula de Jesus. "De fato, Maria observou primeira e plenamente a palavra do seu Filho, demonstrando assim de amá-lo não somente como mãe, mas primeiramente como serva humilde e obediente."
No seu coração, Maria meditava e interpretava fielmente tudo aquilo que o seu Filho dizia e fazia. Deste modo, já antes e, sobretudo, depois da Páscoa, a Mãe de Jesus se tornou também a Mãe e o modelo da Igreja.

Viagem a Portugal
Antes de rezar o Regina Caeli, o Papa recordou que na próxima terça-feira irá a Portugal, onde visitará a capital, Lisboa, Porto e Fátima, coração de sua viagem, como explicou o pontífice: "Meta principal da minha viagem será Fátima, por ocasião dos 10 anos de beatificação dos dois pastorzinhos Jacinta e Francisco. Pela primeira vez como Sucessor de Pedro, irei àquele Santuário mariano, tão querido por João Paulo II. Convido todos a me acompanharem nesta peregrinação, participando ativamente com a oração: com um único coração e uma só alma, invoquemos a intercessão da Virgem Maria para a Igreja, em especial para os sacerdotes, e para a paz no mundo".

Jesus nasceu da Virgem Maria Ela foi enriquecida por Deus com dons dignos para tamanha função

Os Evangelhos chamam Maria de “a Mãe de Jesus” (Jo 2,1; 19,25; Mt 13, 55); santa Isabel, sob o impulso do Espírito, a chama de “a Mãe de meu Senhor” (Lc 1,43).

Maria é verdadeiramente “Mãe de Deus”, porque é a Mãe do Filho eterno de Deus. A Igreja confessou no Concílio de Éfeso, em 431, que “Maria é verdadeiramente Mãe de Deus” (Theotókos, DS 251). É o dogma da Maternidade divina.
Maria é Imaculada, isto é, concebida sem pecado original; este dogma foi proclamado em 1854 pelo Papa Pio IX. Para ser a Mãe do Salvador, Ela “foi enriquecida por Deus com dons dignos para tamanha função” (LG 56). No momento da Anunciação o Arcanjo Gabriel, a saúda como “cheia de graça” (Lc 1,28).

Maria é Virgem perpétua; a Igreja afirma que Jesus foi concebido, exclusivamente pelo poder “do Espírito Santo, sem sêmen” (Conc. de Latrão, DS 503). A conceição virginal é o sinal de que foi verdadeiramente o Filho de Deus que veio numa humanidade como a nossa. A Igreja vê aí o cumprimento da promessa divina dada pelo profeta Isaías: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho” (Is 7,14; Mt 1,23).

A Igreja confessa a virgindade real e perpétua de Maria (DS 427), mesmo durante o parto do Filho de Deus feito homem (DS 291;294; 442; 503;571). O nascimento de Cristo “não lhe diminuiu, mas sagrou a integridade virginal” de sua mãe (LG 57). A Liturgia da Igreja celebra Maria como a “Aeiparthenos” (pronuncie “áeiparthenos”), “sempre virgem” (LG 52).

Maria foi assunta ao céu no término de sua vida terrena; a Santíssima Virgem Maria foi elevada em corpo e alma à glória do Céu, onde já participa da glória da ressurreição do seu Filho, antecipando a ressurreição de todos os membros de seu corpo. Esta verdade é dogma de fé, proclamado pelo Papa Pio XII em 1950.

Maria é nossa Mãe e Mãe da Igreja; Jesus no-la deu como Mãe aos pés da Cruz. Ela é a medianeira de todas as graças. “A missão materna de Maria em favor dos homens de modo algum obscurece nem diminuiu a mediação única de Cristo...” (LG 60). “Cremos que a Santíssima Mãe de Deus, nova Eva, Mãe da Igreja, continua no Céu sua função materna em relação aos membros de Cristo”, disse o Papa Paulo VI (SPF 15).

São Luiz de Montfort disse que Deus reuniu todas as águas e deu o nome de Mar, reuniu todas as graças e deu o nome de Maria.

Gloriosa Virgem Maria Maria foi assunta em corpo e alma ao céu

Celebramos neste Domingo (19/08), a festa da Glorificação ou Assunção
de Maria, a mãe de Jesus e nossa mãe.

"Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa
original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma
à glória celeste"(LG 59).

No dia 01 de novembro de 1950, o saudoso Papa Pio XII declarou o dogma da Assunção de Maria nossa mãe.

A Glória de Maria vem pelo seu Sim definitivo ao Projeto de Deus. Ela faz justamente o contrário de Eva, não quer ser autônoma diante do Criador. Aceita plenamente o que Deus lhe propõe em relação a Salvação de toda a humanidade. No Evangelho (Lc 01, 39-56), temos a visita de Maria a sua prima Isabel.

Nesta ocasião Maria pronuncia o seu hino (Magnificat), que é um desconcerto
gozoso de Deus, ponto de encontro da Revelação Bíblica. Maria é a primeira cristã da história da humanidade pois aceita Deus em sua totalidade.

"BENDITA ÉS TU ENTRE AS MULHERES"

Como cristãos, que desejamos seguir a Cristo de verdade, não podemos
esquecer a importância da devoção a Nossa Senhora e os elementos essenciais da intercessão desta mulher que é cheia de graça. Toda devoção a Maria, começou pela aceitação que ela fez em ser a mãe do Messias. Ela mesma foi saudada pelo anjo Gabriel como sendo "cheia de graça", isto significa que Maria, durante toda a sua existência foi livre da culpa original que todos os seres humanos herdaram devido ao egoísmo.

Deus ama a todos os seres humanos, nós somos privilegiados em relação ao
amor que Deus tem por nós. Maria entrou diretamente no plano de amor de Deus
por cada pessoa humana, aceitando ser a mãe de Jesus. Todas as mulheres judias,
gostariam de ser a mãe do Messias esperado durante séculos pelo povo de Israel.
Depois dos 12 anos de idade, Maria já estava prometida a José que seria o seu
legítimo esposo. Foi a esta menina simples que o anjo apareceu e ofereceu a
proposta mais nobre que uma mulher poderia receber nesta vida. A Redenção da humanidade só seria possível, com a vinda do próprio Deus, para restituir ao homem os elementos essenciais de sua existência.

Maria concebeu pela ação do Espírito Santo. Para Deus tudo é possível,
pois a nossa existência já é um grande milagre inexplicável pelo olhar puramente humano. Pelo SIM de Maria, nós recebemos de Deus uma nova chance de sermos glorificados em Cristo.

"EIS AQUI A SERVA DO SENHOR, FAÇA-SE EM MIM SEGUNDO A TUA PALAVRA"(Lc 1,
38).

No meio do mistério, Maria se joga ao lado de Deus; quer fazer a sua
vontade mesmo sabendo que teria que renunciar a muitas coisas, inclusive ao risco
de ser considerada adúltera. Todos os cristãos são chamados a santidade. Ser
Santo é dizer Sim ao Projeto de Deus, mesmo que ele nos custe caro. Ter Fé,
significa estar disponível à vontade de Deus.

Maria, por ser cheia de graça, pode nos auxiliar, interceder a Deus por
nós. Pode nos auxiliar no caminho de resposta ao Plano de Deus. Maria é a mãe
de Deus e nossa mãe, nos foi dada pelo próprio Jesus, quando este dava a sua vida
por todos nós (Jo 19, 27).

A Igreja definiu quatro verdades de Fé sobre Maria. O Concílio de Éfeso
(431), Maternidade; o Concílio Lateranense (649), a Virgindade; Pio IX, ex
cathedra, 8 de dezembro 1854, a Imaculada Conceição; Pio XII, 1 de novembro 1950, a Assunção ao Céu.

Maria continua intercedendo por nós, ela nos ajuda a seguir seu filho
Jesus Cristo. O verdadeiro devoto de Maria, jamais se perderá nos enganos
solicitados pelo relativismo reinante na sociedade. A grande lição que fica de Maria,
é viver na humildade aquilo que Deus quer de nós. Hoje, queremos fazer a
nossa vontade e por isso nos perdemos nos tornando pessoas tristes, sem
objetivo.

Devemos rezar sempre o santo Rosário que Maria nos recomendou em muitas
aparições, para melhorarmos o nosso sentimento em relação ao amor concreto
que Deus tem por cada ser humano.

Todos nós fomos criados conforme a imagem de Deus (Gn 01, 26). Maria
Santíssima é a única pessoa que nunca ofuscou esta imagem. Ela foi preservada de toda
a falsa liberdade que o mundo prega, ela é a obra intacta da Santíssima
Trindade, ela sempre soube responder ao Amor com amor.

Em Nossa Senhora da Assunção, toda a cristandade tem uma poderosa advogada
e um magnífico modelo. Dela aprendemos que só seremos felizes realizando a
vontade de Deus em nossas vidas.

Maria, por ser cheia de graça, pode nos auxiliar, interceder a Deus por
nós no caminho de resposta ao plano de Deus. Por esta razão, ela é modelo de
todos os Consagrado(a)s que procuram oferecer sua vida, seu sim a Deus em favor de
seus irmãos. Rezemos por eles neste domingo do mês vocacional para que vivam
cada vez mais com intensidade a sua entrega a exemplo de Maria.

Termino esta pequena reflexão com esta oração:

"Ó Virgem Imaculada, Mãe de Deus e Mãe dos homens! Com todo o fervor de
nossa fé cremos em vossa Assunção triunfal em corpo e alma ao céu onde sois
aclamada Rainha de todos os coros angélicos e de toda a assembléia dos santos! A
eles nos unimos para louvar e bendizer o Senhor que vos exaltou acima de todas as
simples criaturas, e para oferecer-vos o fervor de nossa devoção e de nosso amor.
Estremece vosso coração de beatificante ternura, e vossa alma de alegria,
ao contemplar face a face a adorável Trindade!
Nós, pobres pecadores, a quem o peso do corpo impede o vôo da alma,
suplicamo-vos purifiqueis nossos sentidos para que aprendamos, desde este
mundo, a saborear Deus, só Deus, no encanto das criaturas.
Nós que vos invocamos como nossa Mãe, vos tomamos, como João, por guia,
força e consolação de nossa vida mortal".

( Pio XII, Orações, p. 57 )

A devoção a Virgem Maria é necessária para a salvação? Ninguém que persevera ao rezar o Rosário será condenado

Quando li o livro do “Tratado da Verdadeira devoção a Santíssima Virgem”, de São Luís Maria Grignion de Montfort, sobre a importância da Virgem Maria para a salvação de todos os homens, confesso que fiquei impressionado. Pensei logo naqueles que “abandonaram” essa devoção e me dei conta da real importância da Santíssima Maria na nossa vida. Então, concluí: isso precisa ser divulgado.

Assim, transcrevo aqui alguns textos para que possam ser mais amplamente conhecidos. Além disso, pretendem responder às duas perguntas abaixo:

- A devoção a Nossa Senhora é necessária para a salvação?
- Sem a devoção a Nossa Senhora podemos nos salvar?

Eis o que está escrito no referido livro de Montfort nos itens 40 a 42:

§ 1. A devoção a Santa Virgem é necessária a todos os homens para conseguirem a salvação

40. “O douto e piedoso Suárez, da Companhia de Jesus, o sábio e devoto Justo Lípsio, doutor da universidade de Lovaina, entre outros, provaram incontestavelmente, apoiados na opinião dos Santos Padres, entre os quais, Santo Agostinho, Santo Efrém, diácono de Edessa, São Cirilo de Jerusalém, São Germano de Constantinopla, São João Damasco, Santo Anselmo, São Bernardo, São Bernardino, Santo Tomás e São Boaventura, que a devoção a Santíssima Virgem é necessária à salvação e também um sinal infalível de condenação - opinião do próprio Ecolampádio e outros hereges, - não ter estima e amor a Santíssima Virgem. O contrário é indício certo de predestinação ser-lhe inteira e verdadeiramente devotado.

41.As figuras e palavras do Antigo e do Novo Testamento o provam; a opinião e os exemplos dos santos o confirmam; a razão e a experiência o ensinam e demonstram; o próprio demônio e seus asseclas, premidos pela força da verdade, viram-se muitas vezes constrangidos a confessá-lo, a seu pesar. De todas as passagens dos Santos Padres e doutores, que compilei para provar esta verdade, cito apenas uma, para não me alongar: “Ser vosso devoto, ó Virgem Santíssima, é uma arma de salvação que Deus dá, àqueles que quer salvar (São João Damasceno).

42. Eu poderia repetir aqui várias histórias que provam o que afirmo. Entre elas, destaco:

Aquela que vem narrada nas crônicas de São Francisco, em que se conta que o santo viu, em êxtase, uma escada enorme, em cujo topo, apoiado no céu, avultava a Santíssima Virgem. E o santo compreendeu que aquela escada ele devia subir para chegar ao céu.
Outra narrada nas crônicas de São Domingos: quando o santo pregava o rosário nas proximidades de Carcassona, quinze mil demônios, que possuíam a alma de um infeliz herege, foram obrigados, por ordem da Santíssima Virgem, a confessar muitas verdades grandes e consoladoras, referentes à devoção a Maria. E eles, para sua própria confusão, o fizeram com tanto ardor e clareza que não se pode ler essa autêntica narração e o panegírico, que o demônio, embora a contragosto, fez da devoção mariana, sem derramar lágrimas de alegria, ainda que pouco devoto se seja da Santíssima Virgem” [Veja abaixo este texto com as respostas dos demônios] (São Luís Maria Grignion de Montfort, “Tratado da Verdadeira devoção a Santíssima Virgem”, pág. 40-45. 31. ed. Vozes. Petrópolis, 2002).

Respostas dos demônios, mesmo contra a vontade deles (*)

Quando São Domingos estava pregando o Rosário perto de Carcassona, trouxeram à sua presença um albigense que estava possesso pelo demônio. Consta que mais de doze mil pessoas tinham vindo ouvi-lo pregar. Os demônios que possuíam esse infeliz foram obrigados a responder às perguntas de São Domingos, com muito constrangimento. Eles testemunharam que:

1 - Havia quinze mil deles no corpo desse pobre homem, porque ele atacou os quinze mistérios do Rosário;

2 - Continuaram a testemunhar que, quando São Domingos pregava o Rosário, impunha medo e horror nas profundezas do inferno e que ele era o homem que eles mais odiavam em todo o mundo; isso por causa das almas que ele arrancou dos demônios por intermédio da devoção do Santo Rosário; revelaram ainda várias outras coisas.

São Domingos colocou o seu Rosário em volta do pescoço do albigense e pediu que os demônios lhe dissessem a quem, de todos os santos nos céus eles mais temiam, e quem deveria ser, portanto, mais amado e reverenciado pelos homens. Nesse momento eles soltaram um gemido inexprimível no qual a maioria das pessoas caiu por terra desmaiando de medo… e eles disseram:

“Domingos, nós te imploramos, pela paixão de Jesus Cristo e pelos méritos de sua Mãe e de todos os santos, deixe-nos sair desse corpo sem que falemos mais, pois os anjos responderão sua pergunta a qualquer momento (…). São Domingos ajoelhou-se e rezou a Nossa Senhora para que ela forçasse os inimigos a proclamarem a verdade completa e nada mais que a verdade. Mal tinha terminado de rezar viu a Santíssima Virgem perto de si, rodeada por uma multidão de anjos. Ela bateu no homem possesso com um cajado de ouro que segurava e disse: “Responda ao meu servo Domingos imediatamente”. Então os demônios começaram a gritar:

“Oh, vós, que sois nossa inimiga, nossa ruína e nossa destruição, porque desceste dos céus só para nos torturar tão cruelmente? Oh, Advogada dos pecadores, vós que os tirais das presas do inferno, vós que sois o caminho certeiro para os céus, devemos nós, para o nosso próprio pesar, dizer toda a verdade e confessar diante de todos quem é que é a causa de nossa vergonha e nossa ruína? Oh, pobres de nós, príncipes da escuridão: então, ouçam bem, vocês cristãos: a Mãe de Jesus Cristo é todo-poderosa e ela pode salvar seus servos de caírem no Inferno. Ela é o Sol que destrói a escuridão de nossa astúcia e sutileza. É ela que descobre nossos planos ocultos, quebra nossas armadilhas e faz com que nossas tentações fiquem inúteis e sem efeito. Nós temos que dizer, porém de maneira relutante, que nem sequer uma alma que realmente perseverou no seu serviço foi condenada conosco; um simples suspiro que ela oferece a Santíssima Trindade é mais precioso que todas as orações, desejos e aspirações de todos os santos.

Nós a tememos mais que todos os santos dos céus juntos e não temos nenhum sucesso com seus fiéis servos. Muitos cristãos que a invocam quando estão na hora da morte e que seriam condenados, de acordo com os nossos padrões ordinários, são salvos por sua intercessão. Oh, se pelo menos essa Maria (assim era na sua fúria como eles a chamaram) não tivesse se oposto aos nossos desígnios e esforços, teríamos conquistado a Igreja e a teríamos destruído há muito tempo atrás; e teríamos feito com que todas as Ordens da Igreja caíssem no erro e na desordem.

Agora, que somos forçados a falar, também lhe diremos isto: ninguém que persevera ao rezar o Rosário será condenado, porque ela obtém para seus servos a graça da verdadeira contrição por seus pecados e por meio dele, eles obtêm o perdão e a misericórdia de Deus”.

(*) Fonte: www.deuspelaarte.com.br




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O papel da Virgem Maria na Igreja A Igreja experimenta continuamente a eficácia da ação de Mãe

São Bernardo, doutor da Igreja, disse que "Deus quis que recebêssemos tudo por Maria". De fato, por ela nos veio o Salvador e tudo o mais. Sem dúvida, o papel preponderante da Santíssima Virgem na vida da Igreja é o de Mãe.

A Igreja, como o Cristo, nasce no seu regaço:
“Todos unidos pelo mesmo sentimento, entregavam-se assiduamente à oração, em companhia de algumas mulheres, entre as quais Maria, a Mãe de Jesus e de Seus irmãos” (At 1,14).

Neste quadro de Pentecostes São Lucas destaca a pessoa de Nossa Senhora, a única que é recordada com o próprio nome, além dos apóstolos. Ela promove, na Igreja nascente, a perseverança na oração e a concórdia no amor. É o papel de mulher e de Mãe. São Lucas também faz questão de apresentá-la explicitamente como “a mãe de Jesus” (cf. At 1,14), de forma a dizer que algo da presença do Filho, que subiu ao céu, permanece na presença da Mãe. Ela, que cuidou de Jesus, passa agora a cuidar da Igreja, o Corpo Místico do Seu Filho. Desde o começo a Virgem Maria exerce o seu papel de “Mãe da Igreja".

Com essas palavras pronunciadas na Cruz: “Mulher, eis aí o teu filho" (Jo 19, 26), Cristo lhe dá a função de Mãe universal dos crentes. Entregando-a ao discípulo amado como Mãe, Nosso Senhor Jesus Cristo quis também indicar-nos o exemplo de vida cristã a ser imitado. Se Cristo no-la deu aos pés da Cruz, é porque precisamos dela para a nossa salvação. Não foi à toa que o Resssuscitado nos deu a Sua Mãe...

Esta missão materna e universal da Santíssima Virgem Maria aparece na sua preocupação para com todos os cristãos, de todos os tempos. Sem cessar ela socorre a Igreja e os seus filhos. Os cristãos a invocam como “Auxiliadora”, reconhecendo-lhe o amor materno que socorre os seus filhos, sobretudo quando está em jogo a salvação eterna. A convicção de que Nossa Senhora está próxima dos que sofrem ou se encontram em perigo levou os fiéis a invocá-la como “Socorro”. Nossa Senhora do Perpétuo Socorro!

A mesma confiante certeza é expressa pela mais antiga oração mariana, do século II, na época das perseguições romanas, com as palavras: “Sob a vossa proteção recorremos a vós, Santa Mãe de Deus: não desprezeis as súplicas de nós que estamos na prova, e livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita!” (Do Breviário Romano).

Na sua peregrinação terrena, a Igreja experimenta continuamente a eficácia da ação da “Mãe na ordem da graça”. Ela tem um lugar especial no coração de cada filho. Não é um sentimento superficial, mas afetivo, real, consciente, vivo, arraigado e que impele os cristãos de ontem e de hoje a recorrerem sempre a ela, para entrarem em comunhão mais íntima com Cristo.

Nossa Senhora une não só os cristãos atuantes, mas também o povo simples e até os que estão afastados. Para esses, muitas vezes, a Virgem Maria é o único vínculo com a vida da Igreja. Ela nos educa a viver na fé em todas as situações da vida, com audácia e perseverança constante. A sua maternal presença na Igreja ensina os cristãos a se colocarem na escuta da Palavra do Senhor. O exemplo da Virgem Maria faz com que a Igreja aprenda o valor do silêncio. O silêncio de Maria é, sobretudo, sabedoria e acolhimento da Palavra.

A Igreja aprende a imitá-la no seu caminho cotidiano. E assim, unida com a Mãe, conforma-se cada vez mais com seu Esposo.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Novo Estudo: A Virgindade de Maria

Pax Domini! Retomamos já agora os nossos estudos. É com alegria que vamos passar um bom tempo estudando com alegria a Virgindade de Maria. Vamos tirar nossas dúvidas a respeito desse tema tão polêmico. Conheça, a partir desse podcast aquilo que a Igreja ensina sobre a Virgindade de Maria. Espero que você goste e aproveite esse estudo que certamente acrescentará a sua fé!

Por que cometo sempre os mesmos pecados? Acima de tudo devemos ter paciência conosco

O encontro pessoal com Cristo ressuscitado provoca uma transformação em nosso interior. O amor de Deus é responsável pelo nascimento de homens e mulheres novos (as), gerados na água e no Espírito (cf. Jo 3, 3-5).
Nossas aspirações passam a ser de enveredar pelo caminho da santidade, procurar o arrependimento e o abandono das práticas de pecado, para não ofender ao Senhor, que revelou o quanto nos ama.
A esperança renasce, uma força contagia e principalmente um novo conceito de si, a partir da dignidade de filho de Deus, abrange nossos corações. Porém, decorrido algum tempo, pode acontecer de voltarmos a cometer alguns pecados. Mesmo com luta e vigilância, acabamos por cair, vez ou outra, nos mesmos erros. São os chamados "pecados de estimação".

O que acontece conosco? Temos a consciência e a inspiração de não pecar, então por que nos percebemos fracos diante de certos impulsos? A primeira coisa a entender é que o Senhor criou o homem todo no bem, para o bem e pelo bem. "E viu (Deus) que tudo era muito bom" (Gn 1,31). São Tomás de Aquino diz que "o homem ao seguir qualquer desejo natural, tende à semelhança divina, pois todo bem naturalmente desejado é uma certa semelhança com a bondade divina". Ainda citando São Tomás de Aquino, ele diz: "O pecado é desviar-se da reta apropriação de um bem".

O que leva o ser humano a pecar sempre será o desejo de alcançar o bem que nele foi constituído. Pecamos quando usamos esses bens – dons e talentos - depositados em nós por Deus, de forma incorreta.
Esse anseio pelo bem nunca será extirpado e ainda que a forma de buscar alcançá-lo seja errada "o pecado tende a reproduzir-se e a reforçar-se, mas não consegue destruir o senso moral até a raiz" (Catecismo da Igreja Católica, n. 1865). O dom nunca morrerá, mesmo que o estejamos usando para o pecado. "Os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis" (Rm 11,29).

Se todas as nossas faculdades humanas foram criadas para o bem, mas, por nossa livre iniciativa ou porque aprendemos as coisas de forma pecaminosa, nós ainda não conseguimos nos livrar de uma prática ruim, significa que estamos lidando com um traço da nossa personalidade – criada para o bem – porém, que, durante a história pessoal, foi habituado na forma de pecado e não de virtude.
Aí entra satanás, o autor do pecado, com suas artimanhas. A tentação será maior em uma área do que em outra, pois o demônio conhece nossas fraquezas, ou melhor, conhece nossos traços e quer acabar com o que temos de melhor. Jesus, no deserto, foi tentado justamente em Sua mais sagrada particularidade, naquilo que só Ele é: "Se és Filho de Deus!" (Mt 4, 3.6). De Jó, o demônio pediu contas de seu maior mérito: a fé (cf. Jó 1, 21; 2, 9-10).

Também nossa maior luta será nas maiores características do nosso ser no que diz respeito ao núcleo íntimo de cada um. É por isso que voltamos à prática do pecado, pois foi afetado um traço da sacra individualidade do ser, está selado em nós e não há como lançar fora o que somos. Exemplo disso: uma grande habilidade de comunicar-se, em vez de ser usufruída para levar a Boa Nova pode estar sendo desenvolvida para a maledicência.

Se uma fraqueza persiste, há ali um forte traço da nossa humanidade. É um valioso dom, mas não o percebemos como riqueza, pois estamos lutando para sufocá-lo, já que está manifesto na forma de pecado.
O homem que enterrou seu único talento, no fim perdeu-o, exatamente por não ter investido corretamente (cf. Mt 25, 14-30). O livro "Pecados e Virtudes Capitais", do professor Felipe Aquino, salienta que os erros e os bens capitais têm todos uma mesma raiz, apenas que um é inverso do outro.

O que se deve fazer agora é direcionar essas forças para o bem, descobrindo em que ponto nos apropriamos, aprendemos ou canalizamos essa característica individual de forma errada e potencializá-la de maneira que venha à tona toda riqueza que o Altíssimo deu a cada um de nós.
Também é essencial não lutarmos sozinhos! Tanto para detectar em que ponto da nossa vida o dom foi se inclinando para o pecado como para bem canalizá-lo será importante a ajuda de uma outra pessoa. Busque auxílio: biológico (se for patologia ou vício), psicológico e espiritual (alguém ministeriado).

Nessa descoberta, que é permeada pela luta, acima de tudo devemos ter paciência conosco. Sendo humanos, somos limitados e sempre conviveremos com nossas misérias, porém, não podemos nos render a elas. A busca da santidade não é atingir a perfeição, mas lutar contra nossas fraquezas. Nisso o ser humano avança, torna-se humanamente cada vez melhor e mais próximo de Deus. São Francisco de Sales ensinava: "Considerai os vossos defeitos com mais dó do que indignação, com mais humildade do que severidade, e conservai o coração cheio de um amor brando, sossegado e terno".

Caiu? Levante-se! Não se conforme com o pecado nem desanime. Você vai vencer! O Catecismo da Igreja Católica afirma, no número 943, que: "os leigos têm o poder de vencer o império do pecado em si mesmos e no mundo".
Além de o Senhor dotar-nos com essa força interior, que é mais potente que nossas faltas, ainda podemos recorrer à Sua Graça. "Mas Ele [Jesus] me disse: Basta-te a minha graça".

Eis porque sinto alegria nas fraquezas, nas afrontas, nas necessidades, nas perseguições, no profundo desgosto sofrido por amor de Cristo. "Porque quando me sinto fraco, então é que sou forte" (II Cor 12, 9a-10).
A graça de Deus também se manifesta em nossa pobreza! Quando nos percebemos impotentes diante de um fato, só podemos recorrer à Misericórdia Divina, que, neste mundo, se manifesta por excelência no sacramento da confissão. Confessar-se será sempre a melhor via de libertação.

Deus o abençoe! 

Agressividade das seitas são desafio para Igreja, diz Cardeal


Os participantes do Sínodo dos Bispos abordaram durante os trabalhos da assembléia a questão da agressividade das seitas, "um grande desafio para a Igreja Católica", segundo o arcebispo de Tegucigalpa, Cardeal hondurenho Oscar Rodriguez Maradiaga.

Segundo este responsável, a idéia é fazer frente às seitas com "uma cultura bíblica mais difundida, que faça compreender o que é a exegese e o que é o conhecimento histórico-crítico da Palavra de Deus".

"Na América Latina existe uma Igreja feita de pequenas comunidades. Nas aldeias onde não há sacerdotes, temos leigos e leigas que são preparados a dirigir a celebração e a fazer crescer a Palavra de Deus", disse ainda o cardeal.

As etapas para o entendimento bíblico Os perigos de uma leitura superficial

“Concedei a vosso servo esta graça: que eu viva guardando vossas palavras” (Salmo 118,17).

Segundo o documento da Comissão Pontifícia Bíblica: A interpretação da Bíblia na Igreja ainda que os estudiosos bíblicos tenham a função de interpretar as Sagradas Escrituras, esse trabalho não compete somente a eles, pois a leitura e a vivência dos textos bíblicos vão além das análises acadêmicas, já que os Livros Sagrados não são apenas um conjunto de livros históricos, mas, a Palavra de Deus.

E essa Palavra se torna atual e responde aos questionamentos e angústias do homem pós-contemporâneo. Por isso, a leitura e o estudo bíblico devem ser feitos por todos, uma vez que proporcionam uma experiência de fé prática e atual. Mas também é preciso tomar certos cuidados e ter critérios na leitura e na interpretação desses textos, para que não haja o risco de uma interpretação desvinculada e sem compromisso com a Tradição e com o Magistério da Igreja, pois ambos garantem um entendimento seguro das Sagradas Escrituras ao longo da história de fé do Povo de Deus.

Para isso, torna-se necessário tratar de algumas questões ligadas à exegese e à hermenêutica bíblicas. Mas não é preciso espanto, pois essas palavras [exegese e hermenêutica] estão mais presentes na prática bíblica do que se possa imaginar. E também não se trata aqui de um estudo científico, pois o uso dessa linguagem é para mostrar as etapas necessárias para um correto entendimento da Bíblia.

Comecemos, então, pela definição desses termos: “Exegese” é uma palavra que vem do grego e significa “explicação ou explanação”. É a arte de expor, de trazer para fora o sentido de um determinado texto. É um conjunto de técnicas e ferramentas utilizadas para entender e descobrir o significado de um texto. “Hermenêutica” já diz respeito à interpretação do que está escrito. É a apropriação que se faz do entendimento do texto para aplicá-lo no dia a dia.

Mas existe no meio do caminho entre a exegese e a hermenêutica um filtro. E que filtro é esse? A Doutrina da Igreja apresentada através do Catecismo da Igreja Católica. Esse procedimento de filtrar o estudo bíblico serve basicamente para duas coisas: não permitir os exageros e também para ampliar a interpretação quando esta é muito limitada. E, em geral, ele amplia muito mais do que reduz as interpretações, uma vez que são apresentadas outras possibilidades de entendimento do texto que talvez não tenham sido contempladas no estudo.

É como o antigo filtro de barro muito usado, especialmente, nas cidades pequenas e nas zonas rurais. Esse utensílio doméstico não é feito para reter a água, mas para purificá-la. Do mesmo modo, o “filtro” da Doutrina da Igreja não retém a nossa leitura bíblica, mas a deixa livre de impurezas que porventura possam ter surgido durante o momento de estudo [da Palavra de Deus]. Além disso, o filtro de barro possui a capacidade de deixar a água sempre fresca e pronta para ser consumida. Igualmente faz o “filtro” da Doutrina atualizando para nossos dias aquilo que lemos e interpretamos nas Sagradas Escrituras e deixando a mensagem bíblica pronta para saborearmos e utilizarmos no cotidiano.

Que se sigam essas três etapas para o entendimento bíblico: estudar com atenção, trazendo à tona o máximo de informações possíveis para um conhecimento mais aprofundado do texto bíblico – passar esse conteúdo pelo “filtro” da Doutrina a fim de purificar e atualizar o conteúdo – e aplicar a Palavra de Deus na própria vida.

Ler superficialmente o texto das Sagradas Escrituras, sem um mínimo de contextualização e sem consultar a Igreja, nos faz correr o risco de uma aplicação equivocada dele, podendo causar danos a nós mesmos e àqueles a quem o transmitimos. Daí a importância desses três momentos: estudo mais cuidadoso (exegese) – filtro da Doutrina (Catecismo) – interpretação e aplicação no dia a dia (hermenêutica).

Deixar-se conduzir pela Palavra O sustento da Palavra de Deus

Jesus conhecia profundamente a Bíblia. Mais do que isso, Ele amava e se guiava pelas suas Palavras. Isso é o suficiente para que todos nós façamos o mesmo. Na tentação do deserto, quando o demônio investiu contra Jesus Cristo, Ele o rebateu com as palavras da Escritura e, por três vezes, disse-lhe: "Está escrito: 'O homem não vive só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor' (Dt 8,3c)".
Quando o tentador exigiu que o Filho de Deus se jogasse do alto do templo, Jesus lhe respondeu: "Está escrito: 'Não provocareis o Senhor; vosso Deus' (Dt 6,16a)". E quando Satanás tentou fazer com que Jesus o adorasse, ouviu mais uma vez a Palavra de Deus: "Está escrito: 'Temerás o Senhor, teu Deus, prestar-lhe-ás o teu culto e só jurarás pelo seu nome' (Dt 6,13)". O demônio foi vencido e se afastou.

O fato de Jesus ter se defendido das tentações e lançando, no rosto do tentador, as palavras da Escritura, mostra-nos a importância e a eficácia delas no caminhar da vida daquele que deseja viver pela fé a fim de ser feliz e de poder agradar a Deus.
Não é sem razão que São Pedro disse: "Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal, porque jamais uma profecia foi proferida por efeito de uma vontade humana. Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus" (II Pd 1,20-21).

A Bíblia não é um livro de ciência, mas de fé. Utilizando os mais diversos gêneros literários, ela narra acontecimentos da vida de um povo guiado por Deus – há quatro mil anos –, atravessando os mais variados contextos sociais, políticos, econômicos, etc. Por isso, a Palavra de Deus não pode sempre ser tomada ao "pé da letra", embora, algumas vezes, o deva ser. "Porque a letra mata, mas o Espírito vivifica" (II Cor 3,6c), disse São Paulo.

Para aquele que possui a fé, sem a qual "é impossível agradar a Deus" (Hb 11,6a), a Palavra do Senhor é alimento sólido para a vida espiritual, indispensável para aquele que deseja, pela fé, fazer a vontade d'Ele e ter luz na própria vida.
A Carta aos Hebreus diz que "a Palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração" (Hb 4,12).
Para que a Palavra de Deus seja eficaz em nossa vida, precisamos meditá-la; pela fé, acreditar nela e colocá-la em prática objetivamente. Em outras palavras, precisamos obedecê-la, pois estaremos obedecendo ao próprio Senhor.
"Por isso, também damos graças, sem cessar, a Deus, porque recebestes a Palavra de Deus que de nós ouvistes. Vós a recebestes não como palavra de homens, mas como realmente é: Palavra de Deus, que age eficazmente em vós que crestes" (1 Tess 2,13).

A alma da Igreja é o Espírito Santo dado em Pentecostes; por isso a Igreja não erra na interpretação da Bíblia e isso é dogma de fé. Jesus mesmo lhe garantiu isto: "Quando vier o Paráclito, o Espírito da verdade, ensinar-vos-á toda a verdade" (Jo 16,13a).
O Salmo mais longo da Bíblia é dedicado à Palavra de Deus. O Salmo 118:

"Vossos preceitos são minhas delícias.
Meus conselheiros são as vossas leis" (v. 24).
"O único consolo em minha aflição
É que vossa palavra me dá vida" (v. 50)
"Quão saborosas são para mim vossas palavras,
mais doces que o mel à minha boca" (v. 103).
"Vossa palavra é um facho que ilumina meus passos. E uma luz em meu caminho" (v. 105).
"Encontro minha alegria na vossa palavra,
Como a de quem encontra um imenso tesouro" (v.162).

O Espírito Santo nos ensina essa verdade pela boca do profeta Isaías; cuja boca tornou "semelhante a uma espada afiada" (Is 49,2):
"Tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não voltam sem ter regado a terra, sem a ter fecundado, e feito germinar as plantas, sem dar o grão a semear e o pão a comer, assim acontece à palavra que minha boca profere: não volta sem ter produzido seu efeito, sem ter executado a minha vontade e cumprido a sua missão" (Is 55,10).

A palavra de Deus é transformadora e santificante. São Paulo explica isso a seu jovem discípulo Timóteo com toda convicção: "Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para persuadir, para corrigir e formar na justiça" (2Tm 3,16). Ela é, portanto, um instrumento indispensável para a nossa santificação. Não conseguiremos ter "os mesmos sentimentos de Cristo" (Fil 2,5) sem ouvir, ler, meditar, estudar e conhecer a Sua Santa Palavra. São Jerônimo, dizia que "quem não conhece o Evangelho, não conhece Jesus Cristo".
Jesus nos ensina que "a Escritura não pode ser desprezada" (Jo 10,34). São Paulo recomendava a Timóteo que se aplicasse à sua leitura (1Tm 4,13).

Jesus é a própria Palavra de Deus, o Verbo Divino que se fez carne (Jo 1,1s). No livro do Apocalipse, São João viu o Filho do homem... "e de sua boca saia uma espada afiada, de dois gumes" (Ap 1,16). É o símbolo tradicional da irresistível penetração da Palavra de Deus. Essa Palavra nos questiona, interroga, ilumina, guia, consola; enfim, santifica. São Pedro diz que renascemos pela força dessa palavra.
“Pois haveis renascidos, não duma semente corruptível, mas pela palavra de Deus, semente incorruptível, viva e eterna”, (1Pe 1,23) e, como disse o profeta Isaias: “a Palavra do Senhor permanece eternamente” (Is 11,6-8).

Quando avisaram a Jesus que a Sua Mãe e os seus irmãos queriam vê-Lo, o Senhor disse: "Minha mãe e meus irmãos são estes que ouvem a Palavra de Deus e a observam" (Lc 8,21). Quando aquela mulher levantou a voz, do meio do povo, e lhe disse: "Bem-aventurado o ventre que te trouxe, e os peitos que te amamentaram!", o Senhor respondeu: "Antes, bem-aventurados aqueles que ouvem a palavra de Deus e a observam!" (Lc 11,28).

Quando alguém é renovado pelo Espírito Santo, sente a necessidade da Palavra de Deus, para guiá-lo e santificá-lo.
Pela boca do profeta Amós, o Espírito Santo disse: "Eis que vem os dias.. em que enviarei fome sobre a terra, não uma fome de pão, nem uma sede de água, mas fome e sede de ouvir a palavra do Senhor" (Am 8,11). Graças a Deus esses dias chegaram!

Quando Jesus explicava as Escrituras para os discípulos de Emaús, eles sentiam "que se lhes abrasava os corações" (Lc 24,32). Assim também continua a ser, hoje, para todo aquele que medita a Palavra de Deus. Ela nos purifica no fogo do Espírito Santo. Todos os santos, sem exceção, mergulharam fundo as suas vidas nas santas Escrituras e deixaram-se guiar pelos ensinamento da Igreja.

São Daniel Comboni

São Daniel Comboni nasceu em Limone (Itália), em 1831. Único sobrevivente de oito irmãos. Aos dez anos ingressou num internato de Verona. Quando tinha dezessete anos, ouvindo contar as vicissitudes dos missionários na África, decidiu dedicar sua vida à evangelização dos africanos.
Em 1854 é ordenado sacerdote, quando contava 23 anos de idade. Depois de uma cuidadosa preparação, estudando árabe, medicina, música etc., partiu para África em 1857.
Estando lá, impressionou-se com a terrível situação dos escravos. A prática do tráfico de escravos estava de tal maneira arraigada que, no Egito e no Sudão, o único local onde os escravos encontravam asilo eram as missões de Daniel Comboni.
Após dois anos, teve de regressar à Itália. Mas Comboni não desanima e idealiza um projeto que ele chamou "Plano para a regeneração da África". A idéia central do projeto era salvar a África por meio dos próprios africanos. Propunha-se fundar escolas, hospitais, universidades, ao longo de toda a costa africana. Nestes centros formariam-se os futuros cristãos, professores, enfermeiros, sacerdotes e religiosas, que depois penetrariam no interior, a fim de evangelizar as populações africanas e promover o seu desenvolvimento.
Fundou em 1867 o Instituto para as Missões na África que deu lugar ao que hoje são os Missionários Combonianos.
Em 1877 é ordenado Bispo da África Central e logo a seguir ordena sacerdote um antigo escravo, primeiro padre africano daqueles lugares, quando na Europa alguns ainda negavam ao africano a evidência de ser pessoa.
Grande missionário, Comboni era capaz de atravessar o deserto para fundar um centro missionário no sul do Sudão, como também empenhava-se em falar para associações missionárias, Bispos, em Paris, Colônia (Alemanha) etc, com o objetivo de arrecadar auxílio econômico e de pessoal, organizando grupos e equipes de missionários para a Missão na África Central.
Morreu aos 50 anos, a 10 de outubro de 1881, no meio desta gente que tanto amou. No momento da morte abençoa os seus companheiros dizendo: "Não temais; eu morro, mas a minha obra não morrerá".
Beatificado por João Paulo II a 17 de março de 1996, São Daniel Comboni foi canonizado pelo mesmo Sumo Pontífice em 5 de outubro de 2003.


São Daniel Comboni, rogai por nós!

Amar a minha pequenez e a minha pobreza Deus faz quando assumimos que somos pequenos e pobres

Deus faz as grandes coisas por meio dos pequenos. É para o pequeno e o humilde que Ele manifesta a Sua glória. Para os orgulhosos é difícil acolher a própria pequenez e assumir que são pequenos. Por isso, assuma-se e ame-se.

Somos apenas uma “poeirinha”, mas Deus volve o olhar d’Ele para nós.

O que agrada a Deus, o que dá liberdade para Ele agir, é, primeiro: quando admitimos que somos pequenos, pobres e humildes; segundo: quando aceitamos e assumimos que somos pequenos. Maria nunca quis ser grande, por isso o Senhor olhou para Ela.

Meus irmãos, quem era João XXIII? Ele só queria ser um pároco da Igreja, viver uma vida de simplicidade, pois sabia que era pequeno. Mas Deus pôs Seus olhos nele e ele foi eleito Papa e, como a Santíssima Virgem Maria, deu o seu “sim”. E quantas maravilhas Deus fez por intermédio dele, que foi chamado de "O Papa bom", porque sabia que era pequeno e também sabia que tudo era por inspiração de Deus.

Deus pode fazer coisas grandiosas nas pessoas que assumem seu nada.

Lembro que no início de meu sacerdócio, no começo de janeiro, Dom Antônio Afonso de Miranda me chamou e disse "Esse documento [Evangelii Nuntiandi] é muito sério, precisamos colocá-lo em ação; comece como os jovens".
Eu vi inspiração nas palavras de Dom Antônio, mas ele não parou por aí. E foi me falando que "os batizados não são evangelizados. Faça alguma coisa!"
Eu me senti pequeno diante de algo tão grande. Comecei com os jovens através dos encontros com os Catecumenatos. Mais tarde os desafiei a darem um ano de suas vidas a Deus. Doze jovens começaram comigo a experiência de largar tudo para ser só de Deus e evangelizar. Mas, alguém que estava sentada em sua cadeira disse que era algo muito sério, pois não seria só um ano, mas daria sua vida toda ao Senhor. A única dos doze, que começaram comigo, que ficou até hoje foi a Luzia. É uma história de duas pessoas que tiveram a graça de, assim como Maria, assumir o seu nada.

Lembro que a Luzia, quando se confessou comigo, só chorava mais que se confessava. Naquele momento, ela assumiu sua pequenez. Por isso, digo aos meus filhos de comunidade: “O segredo é assumir sua pequenez.
Se nós tivéssemos amado ainda mais nosso nada, Deus teria feito ainda muito mais, mas mesmo assim o Senhor fez em nós maravilhas. É por isso que a Canção Nova existe”.

Deus faz quando assumimos que somos pequenos e pobres. Para o Senhor nada é impossível, o segredo está aí. É necessário aceitar e assumir a nossa pequenez e pobreza. Louvemos ao Senhor que faz o impossível naqueles que reconhecem a sua pequenez.

Papa reza pelos doentes terminais e pelo Dia Mundial das Missões

Neste mês de outubro, a intenção geral de oração do Papa Bento XVI é “pelos doentes terminais, para que os seus sofrimentos sejam aliviados pela fé em Deus e pelo amor dos seus irmãos".

E a intenção missionária é pelo Dia Mundial das Missões, que será celebrado neste sábado, 1º, “para que a celebração faça crescer no povo de Deus a paixão da evangelização assim como o apoio a toda a atividade missionária, pela oração e pela ajuda econômica às Igrejas mais pobres”.

Todos os meses, o Santo Padre confia suas intenções ao Apostolado da Oração, uma iniciativa que é seguida por milhões de pessoas em todo o mundo.